Como Ensinar Inteligência Emocional para Crianças em Cada Fase da Infância
- Silvia Bonato

- 7 de out.
- 4 min de leitura
Descubra como ensinar educação e inteligência emocional às crianças de forma leve e eficaz em cada faixa etária — dos 3 aos 12 anos — com estratégias práticas, técnicas de respiração e meditação inspiradas na metodologia ANDHE.
Por Sil Bonato – CEO da ANDHE. Especialista em Educação por Harvard. Especialista em Neurociência do Desenvolvimento.
De 3 a 5 anos: Reconhecer e Nomear Emoções
Nos primeiros anos de vida, as crianças vivem as emoções com intensidade e pureza. Elas ainda não sabem nomear o que sentem — apenas vivem. Por isso, o papel do adulto é dar linguagem ao invisível: ajudar a criança a reconhecer e expressar o que sente sem culpa nem medo.
Estratégias práticas:
Use espelhos e desenhos para representar as emoções (como na atividade “Meu rosto hoje” da Box Emoções).
Faça perguntas simples e visuais: “Seu coração hoje está azul, amarelo ou vermelho?”
Brinque com expressões faciais e deixe que ela desenhe suas próprias carinhas.
O que essa fase desenvolve:
Funções executivas: atenção e autorregulação inicial.
Soft skills: autoconhecimento e expressão emocional.
Base teórica: Montessori (autonomia), Wallon (emoção como base do desenvolvimento), Gardner (inteligência intrapessoal).
* Nessa fase, o amor e a escuta são a primeira forma de meditação da criança — ela aprende calma ao ver calma nos adultos que a cercam.
De 6 a 9 anos: Compreender e Compartilhar Emoções
Agora, a criança começa a entender o outro. Desenvolve empatia, senso de grupo e a capacidade de se colocar no lugar de alguém. É o momento ideal para ensinar que as emoções conectam, não separam.
Estratégias práticas:
Promova a “Entrevista das Emoções”: a criança pergunta a alguém da família quando se sentiu feliz, triste ou com medo — e registra no caderno.
Realize dinâmicas em grupo e jogos teatrais, como o Teatro das Emoções de Aramora, que estimulam expressão e empatia.
Crie o “Diário da Alegria”, um espaço para anotar o que a fez sorrir a cada dia.
O que essa fase desenvolve:
Funções executivas: flexibilidade cognitiva e memória de trabalho.
Soft skills: empatia, escuta ativa, cooperação.
Base teórica: Vygotsky (aprendizagem social), Rosenberg (Comunicação Não Violenta), Seligman (psicologia positiva).
* Nessa idade, a criança compreende que sentir é humano — e que ouvir o outro também é um ato de amor.
De 10 a 12 anos: Autorregular, Refletir e Acalmar
Na pré-adolescência, as emoções ganham força e profundidade. A criança começa a questionar, sentir ansiedade e precisar de novas formas de equilíbrio interno. O desafio dessa fase é ensinar autorregulação emocional — transformar o sentir em consciência e o impulso em escolha.
Técnicas de respiração e meditação:
Respiração das Quatro Partes: inspire por 4 segundos, segure por 4, expire por 4 e espere 4 antes da próxima inspiração. Essa prática regula o sistema nervoso e ajuda a controlar crises de ansiedade.
Respiração das Cores: peça para imaginar que está respirando uma cor calma (como azul ou verde) e soltando uma cor escura (como cinza), representando a tensão.
Mini meditações guiadas: comece com 3 minutos diários de silêncio ou visualização (por exemplo, imaginar o Reino de Thalirys, com suas águas tranquilas).
Técnica da Âncora: escolha um gesto simples (como colocar a mão no coração) para lembrar o corpo de voltar à calma.
Essas práticas ajudam o cérebro da criança a desenvolver autorregulação, diminuem a ansiedade e ampliam a consciência corporal, fortalecendo o foco e a serenidade.
Outras estratégias:
Incentive o Diário das Emoções, com reflexões sobre o que a fez sentir raiva, alegria ou medo.
Converse sobre responsabilidade emocional: “Você não escolhe o que sente, mas pode escolher o que faz com isso.”
Estimule práticas de gratidão antes de dormir — escrever ou pensar em três coisas boas do dia.
O que essa fase desenvolve:
Funções executivas: planejamento, foco e autorregulação.
Soft skills: resiliência, autocontrole, reflexão emocional.
Base teórica: Seligman (emoções positivas), Gardner (inteligência intrapessoal), Angela Duckworth (grit e persistência).
* Nesta etapa, a criança começa a descobrir o poder da presença. Aprender a respirar é o primeiro passo para aprender a escolher com consciência.
O Papel da Família e da Escola
A educação emocional não é uma disciplina — é uma forma de viver. Na ANDHE, acreditamos que a família é o primeiro laboratório emocional da criança. Pais que escutam, respiram fundo e acolhem ensinam mais sobre calma do que qualquer aula poderia ensinar.
Já a escola precisa ser um espaço onde as emoções são compreendidas, não punidas. Projetos como o ecossistema ANDHE LIFE e as Boxes ANDHE em Família foram criados para unir esses dois mundos: o do lar e o da escola — mostrando que aprender sobre sentimentos é tão importante quanto aprender matemática.
Conclusão
Educar emocionalmente é ensinar a criança a ser, e não apenas a fazer. Quando ela aprende a se escutar, compreender e escolher, se torna protagonista da própria história.
Na ANDHE, acreditamos que cada emoção reconhecida é uma semente de sabedoria — e que famílias e escolas podem, juntas, cultivar o terreno onde nascem os adultos mais conscientes, empáticos e preparados para transformar o mundo.
* Porque ser é o novo fazer e o coração é o primeiro professor.
Em resumo:
Faixa etária | Foco principal | Estratégias ANDHE | Habilidades desenvolvidas |
3 a 5 anos | Nomear emoções | Desenhos, cores, expressões | Autoconhecimento |
6 a 9 anos | Compreender o outro | Jogos, teatro, entrevistas | Empatia e cooperação |
10 a 12 anos | Autorregular emoções | Respiração, meditação, diário | Resiliência e autocontrole |
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